
A Chancelaria
A Embaixada dos E.U.A. em Lisboa representa mais um marco nas históricas relações de amizade entre Portugal e os Estados Unidos da América, iniciadas oficialmente em 1791 com a nomeação do primeiro Ministro Residente em Portugal.
Situado na antiga “Quinta do Pinheiro” (Travessa do Espírito Santo, 8) o edifício tem frente para aAvenida das Forças Armadas.
No projecto de construção – levada a cabo pela empresa portuguesa Ilídio Monteiro – houve da parte dos arquitectos americanos Fred Bassetti and Company um cuidado muito especial no enquadramento harmonioso da parte nova do edifício no conjunto arquitectónico da “Quinta do Pinheiro”.Entre as características do edifício merecem especial destaque os beirados “àantiga portuguesa”, as fachadas em betão e os revestimentos a mármore.
Durante os seus quase dois primeiros séculos de existência, a Legação Americana, elevada a Embaixada em 1944, esteve instalada em vários locais, entre eles a residência do Conde de Olivais, na Rua do Sacramento à Lapa (actualmente residência do Embaixador) e no edifício da antiga Escola Superior Colonial. Entre 1922 e 1983 esteve instalada, primeiramente, na Rua de Santana à Lapa e, a seguir, na Avenida Duque de Loulé. A Embaixada mudou-se para as actuais instalações em 18 de Julho de 1983.
“Quinta do Pinheiro”
Os edifícios existentes na propriedade datam do século XVII e foram usados como mosteiro antes de serem adquiridos pelos Duques de Cadaval nos princípios do século XVIII. Os azulejos da capela – que foram transpostos para a entrada principal da Chancelaria – datam do século XVIII e encontram-se em bom estado de conservação. As estruturas foram parcialmente destruídas pelo terramoto de 1755, tendo-se mantido nesse estado durante quase um século. Mesmo assim, a “Quinta do Pinheiro” foi palco da primeira apresentação da peça “Frei Luís de Sousa”, de Almeida Garrett, em 4 de Julho de 1843. Em muitos documentos e obras literárias da época, aparecem referências à propriedade, também designada por “teatrinho”. Foi adquirida em 1850 por Jorge O’Neil e, então, parcialmente restaurada. Hans Christian Andersen, que em 1866 passou alguns dias com a família O’Neil, descreveu o solar como “uma casa baixa, de dois andares, encantadora mas um tanto decadente”.
A família Espírito Santo Silva adquiriu a propriedade em 1910 e o edifício principal foi então profundamente restaurado, tendo-lhe sido acrescentado um terceiro andar. Os tectos e soalhos do rés-do-chão foram ornamentados com madeira especialmente trazida do Brasil para o efeito.